Cleópatra: Além de um rostinho bonito e estereotipado
- Pugna!
- 5 de jun. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 7 de jun. de 2020
Desde o tempo em que vivia, Cleópatra era tida como alguém extremamente poderosa e devassa, que encantou Júlio César e Marco Antônio com sua sensualidade. Porém, ao analisar relatos históricos sobre essa figura, é possível notar que ela não era apenas um rostinho bonito e estereotipado; Cleópatra era uma mulher culta, resiliente e sagaz, e usava sua beleza física como um mero acessório frente a essas características.
Grande parte da vida de Cleópatra é historicamente incerta, pois os únicos registros de sua existência foram feitos por estudiosos greco-romanos, como Plutarco. A mãe de Cleópatra, Cleópatra V Trifena, era possivelmente a meia-irmã de seu pai, Ptolomeu XII Auleta, o que faz de Cleópatra e de seu irmão frutos de incesto. Após a morte de Auleta, em 51 A.C., por causas naturais, o trono egípcio passou para Cleópatra, de 18 anos, e seu irmão Ptolomeu XIII, de 10 anos. Logo após sua ascensão ao trono, os conselheiros de seu irmão começaram a conspirar contra ela, fazendo-a fugir para a Síria.
Durante seu exílio, Cleópatra juntou um exército para travar uma batalha contra seu irmão no leste do Egito. Para ser auxiliada em sua causa, Cleópatra procurou a ajuda de Júlio César, que estava no Egito em busca do pagamento de dívidas de Auleta e desejava um maior poder em Roma. Ou seja, ao contrário do que muitos pensam, Cleópatra e César não se uniram apenas por sedução ou atração física, mas sim por cumplicidade e pela busca mútua por sobrevivência. Durante as batalhas entre as tropas de Ptolomeu e as deles, eles se aproximaram ainda mais, e Cleópatra engravidou.
Depois da vitória de César e Cleópatra, o trono egípcio foi dividido entre ela e seu irmão. Algum tempo depois, Cleópatra se mudou com seu filho, conhecido como Caesarion, para Roma, para viver junto a César. Depois do assassinato de seu amado, Cleópatra volta ao Egito com a alma cheia de luto, mas pronta para os novos desafios que enfrentaria.
Ela falava doze línguas, sua beleza era comparada à de deusas e encantou homens com sua sagacidade. Porém, lendo sobre Cleópatra, descobri o quanto ela se sentia como muitas pessoas incríveis ao meu redor. Ela tinha muita insegurança, pois não podia confiar na sua família ou em seus amantes, ela também era rejeitada intelectualmente, simplesmente por não ter o mesmo tipo de conhecimento que outros imperadores poderosos tinham em sua época. Por mais forte que ela fosse, ela sempre era rejeitada, e nunca se sentia boa ou amada o suficiente. Mesmo assim, ela continuou lutando até seu triste fim.
Cleópatra nos ensina que ser forte não é necessariamente o mesmo que ser reconhecida, que ter sucesso não é o mesmo que se sentir satisfeita consigo mesma, que às vezes o melhor que fazemos não é o bastante para muitos. Provavelmente ela nunca imaginou que estaria fazendo a diferença ou que seria tão reconhecida no futuro, e é por isso que precisamos continuar a lutar por nossos objetivos, por mais impopulares e criticados que sejam.
- Por Ana Ferreira da Motta Costa
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