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Entenda sobre veganismo e vegetarianismo - diferenças, motivações e benefícios

  • Foto do escritor: Pugna!
    Pugna!
  • 17 de jun. de 2020
  • 5 min de leitura


“É difícil parar de comer carne?”, “Qual o sentido de ser vegano?”, “Ouvi dizer que quem não come carne fica com fraqueza.”, “Ser vegetariano é contra a cadeia alimentar.”, “Vegano só come folha?”. Essas são algumas das várias indagações que com certeza quem optou por seguir um estilo de vida e alimentação veganas ou de algum seguimento do vegetarianismo escuta com frequência. Essas dúvidas são muito comuns devido a uma grande falta de informação e a criação de estereótipos errôneos relacionados ao veganismo e ao vegetarianismo. Diante dessa situação, esse artigo é para quem quer entender mais sobre a ideologia, esclarecer algumas dúvidas frequentes e comentar algumas das motivações para quem a segue. 


Primeiramente, é necessário entender a diferença entre o veganismo e o vegetarianismo. Sim, são seguimentos diferentes, mas, no geral, as motivações para que os adota são semelhantes. O vegetarianismo é uma prática que envolve a exclusão do consumo de carnes, aves e frutos do mar –ou seja, qualquer alimento de origem animal- da alimentação. Dentro do vegetarianismo, existem vertentes mais flexíveis como os ovolactovegetarianos que não consomem nenhum tipo de carne, mas consomem leite, ovos e seus derivados. Já os veganos possuem uma postura mais estrita e procuram não adquirir nenhum produto de origem animal tanto na alimentação, como em vestuário e outros produtos. Então, de maneira geral, o veganismo é visto como uma filosofia e estilo de vida, ou seja, vai além de uma mudança de dieta. No entanto, muitos vegetarianos são adeptos à causa pregada pelo veganismo e entendem a importância dessa mudança de hábito. Agora que as diferenças foram estabelecidas e já estão claras para todos, a parte mais importante da discussão pode ser iniciada: mas por que parar de comer carne? 


Em primeira análise, é importante abordar a motivação ética por trás dessas ideologias. Em termos de ética, o veganismo faz oposição a qualquer forma de exploração animal e, dentro desse contexto, existe o repúdio, por exemplo, ao consumo da carne proveniente da criação de gado que é muito mal tratado durante seu confinamento e abatido de forma dolorosa. Para que essa causa do movimento vegano seja melhor compreendida é essencial ter bem claro que, assim como os seres humanos, os animais sentem dor. Animais não são coisa, são seres vivos e sencientes. Segundo o professor da USP, Adroaldo José, “Toda a estrutura do sistema nervoso central que os humanos têm, eles também têm”. Ou seja, para consumir carne é necessário passar pela morte e sofrimento de vários animais e, além desse ser um ato de violência, a situação de muitos matadouros é deplorável e envolve muita exploração dos animais e até de muitos trabalhadores inclusos no processo. Para se ter uma ideia, a cada segundo, 193 animais são dolorosamente mortos pela pecuária brasileira. Outrossim, pode-se pensar no abate de galinhas que muitas vezes são capturadas e submersas em água fervente ainda vivas. Já a situação dos peixes não é menos pior. Ao, contrário do que muitos pensam, os peixes também sentem dor e, para completar essa condição, a pesca intensiva é uma ameaça ao equilíbrio da população aquática. Para se ter uma ideia, 40 milhões de toneladas de animais mortos são devolvidos ao mar pelos pescadores e, para completar, milhões de outros animais, como as aves, também são mortos devido à pesca ao ficarem presos nas redes e nos anzóis. Mas e os peixes criados na aquacultura? A maioria é intoxicada por antibióticos e vivem em águas imundas. Inclusive, a qualidade das proteínas animais é outro ponto amplamente discutido pelos veganos e vegetarianos, visto que muitos bois e frangos, por exemplo, são modificados geneticamente e podem apresentar riscos à saúde daqueles que os ingerem. Então, essa questão apresenta-se como mais uma motivação de um maior cuidado com as escolhas alimentares.


Em se tratando de saúde, em oposição à visão do senso comum, adotar uma alimentação vegana ou vegetariana apresenta diversos benefícios à saúde. Em primeiro lugar, segundo um relatório da ONU, foi comprovado que 70% das doenças modernas são de origem animal -incluindo as famosas epidemias de zoonoses- e grande parte delas são ligadas à pecuária. Ou seja, veganos e vegetarianos são menos atingidos por patologias como a teníase e salmonela.  Falando dos benefícios mais diretos, a prática do veganismo reduz o risco de Diabetes tipo 2, melhora o controle da pressão arterial, maior controle do colesterol e até a redução do risco de alguns tipos de câncer -um estudo da Universidade de Florença, na Itália, constatou que os vagamos têm 15% menos risco de ter câncer. Mas, vale lembrar que para a adoção de uma dieta sem o consumo de proteínas de origem animal, é importante a consciência da melhor escolha dos alimentos para que haja uma dieta balanceada e que inclua todos os nutrientes necessários ao organismo e, vale lembrar que qualquer pessoas, independente da dieta, está sujeita à carenciais de vitaminas, minerais ou qualquer nutriente. Em relação a essa circunstância, há quem associe a alimentação vegana ou vegetariana à deficiência nutricional. No entanto, a Associação Dietética Americana, instituição importante do ramo nutricional, é favorável a adoção desse tipo de alimentação desde que existe a combinação de leguminosas, folhas, cereais e oleaginosas que suprirão a necessidade nutricional do organismo. Independente da opção alimentar, a máxima “Nós somos aquilo que comemos.” é um bom pensamento para refletirmos, visto que a alimentação influencia no condicionamento físico, na imunidade, no sono, entre outros fatores. 


Para finalizar as motivações, é imprescindível abordar a questão ambiental. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o setor de produção animal é um dos dois ou três maiores responsáveis pelos mais sérios problemas ambientais em escala local e global. 14.5% das emissões mundial de gases do efeito estufa são causados pela pecuária. Para produzir 1 quilo de carne são necessários entre 10 e 20 mil litros de água, enquanto para produzir 1 quilo de cereais basta 1,3mil litros de água (FAO - Food and Agriculture Organization). A pecuária é responsável pela maior parte do desmatamento da Amazônia Legal, visto que 80% de todo o crescimento do rebanho bovino deu-se nessa região. Ademais, aproximadamente 70% da terra desmatada da Amazônia é usada como pasto, e uma grande parte do restante é coberta por plantações cultivadas para produção de ração. É notório que os dados são autoexplicativos. A indústria da carne é claramente uma enorme patrocinadora dos impactos ambientais observados mundialmente. 




A escolha de uma alimentação vegana ou vegetariana é uma grande decisão e algo extremamente pessoal. Mas, por mais que pareça complicado passar por essa transição, não é bem assim. De fato, é recomendado que seja feita uma transição gradativa e responsável, mas, de maneira geral, não é um processo difícil e muito menos impossível. Para aqueles que realmente não desejam abolir o consumo de proteína animal, é importante, pelo menos, considerar a redução desse consumo, como um ou dois dias na semana sem carne. Essa redução vai além da filosofia vegana, mas mostra-se uma atitude necessária para o meio ambiente. Pense nisso e reveja suas formas de consumo. Um “pequeno detalhe” como a forma de alimentação pode fazer uma grande diferença. 

Por Giulia Santana


Sugestões para assistir:

-Terráqueos 

-A Carne É Fraca 

-Cowspiracy

-What the Health

Fontes: 

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