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Humanitária, estilosa, humilde e corajosa: a história de Lady Di - parte um

  • Foto do escritor: Pugna!
    Pugna!
  • 4 de set. de 2020
  • 7 min de leitura

Na última segunda-feira (31), foi comemorado o vigésimo terceiro aniversário da morte da Princesa Diana de Gales, um ícone inesquecível da história contemporânea. Mas por que Lady Di fez tanto sucesso? Bem, ela era muito mais do que a esposa de alguém da família real, mais do que uma mulher educada e "prendada". Nesse artigo, a vida dessa grande mulher será analisada.


A amada Diana Frances Spencer nasceu no dia primeiro de julho de 1961 no famoso Sandringham Estate, uma casa que foi diretamente alugada pela família dela da família real. No entanto, não é correto afirmar que a família Spencer fazia parte da realeza, eles eram apenas, originalmente, um grupo de fazendeiros de ovelhas que tiveram a sorte de ter boas conexões com pessoas influentes. A partir disso, eles também passaram a ser influentes e importantes tanto socialmente quanto na política: Winston Churchill, por exemplo, era um Spencer. Logo, é seguro dizer que Diana nasceu em uma família aristocrática. Os pais de Diana, divorciados, eram ausentes da vida familiar devido a seus status, então desde cedo, Di desenvolveu um forte senso maternal e adorava cuidar de seus irmãos. Ela afirmou que, apesar disso, teve uma infância muito infeliz e solitária e que considerava só seus bichinhos de pelúcia como família.




O que mais me impressiona acerca da jovem Diana é que ela não deixou que tanta tristeza a amargurasse, ao invés, ela transformou toda sua solidão em carinho, força e talento. Diana foi criada tendo aulas de dança, música e acadêmicas comuns. Ela nunca se destacou no quesito de inteligência teórica, mas se destacava bastante em atividades extracurriculares, especialmente o ballet, que fez com que a jovem tivesse o sonho de se tornar uma bailarina profissional. Porém, os professores de dança de Di disseram que ela era alta demais para realmente ser uma bailarina, o que a fez optar pelo sapateado. Ela também usou seu carinho e instinto maternal trabalhando em creches e ajudando crianças carentes quando era adolescente.





Diana sempre pensou que seu destino seria grandioso; ela se iludia com histórias sobre príncipes perfeitos, noivas virgens e solitárias e, ironicamente, uma mídia que a colocasse em um pedestal respeitosamente. Infelizmente, querido leitor, essa realidade estava perto de Di, mas as ilusões que ela tinha estavam longe, muito pelo contrário, a vida real (no sentido de fazer parte da família real e também de estar na realidade) não foi tão gentil assim.


Antes de falar do romance mais importante dessa história (que em minha opinião foi, na verdade, usar uma jovem de 19 anos como uma espécie ultrajante de band-aid social), vamos discutir um pouco sobre o príncipe encantado sórdido que veio ao encontro de Diana. Charles era conhecido nos tabloides por ter vários casos de amor e era um jovem considerado belo e educado. Uma das amantes dele foi Camilla, atual duquesa de Cornwall e esposa do príncipe, que se tornou uma amiga bastante próxima dele depois do caso amoroso. Outra das amantes de Charles foi a irmã de Diana, Sarah, que serviu como atalho para que Di e ele se conhecessem. Ele já tinha passado dos 30, e a pressão para que se casasse com uma mulher ideal estava cada vez maior. A família real viu em Diana um instrumento perfeito: uma figura virginal, educada, bonita e gentil que seria a esposa mais perfeita possível para Charles e que distrairia a população do caos britânico dos anos 80. Esse consentiu ao casamento, convencendo-se de que aprenderia a amar e respeitar Diana, o que não aconteceu.





Em uma das primeiras entrevistas do casal ao ficarem noivos, um jornalista perguntou "e vocês estão apaixonados?", para o que Diana responde "é claro", enquanto Charles diz "o que quer que estar apaixonado signifique... Existem muitas interpretações para essa expressão". Isso deixa evidente que Charles não pensava que o casamento e a paixão estavam entrelaçados, o que desencorajou Di, que genuinamente estava apaixonada. Para mim, isso é o que mais dói a respeito desse casamento, leitor: saber que havia uma mulher apaixonada e esperançosa quanto a seu amado, enquanto tal homem deixava claro para todo o mundo que não sentia nada por ela, envergonhando-a constantemente. Não obstante, ainda vamos chegar em partes mais tristes da história de nossa querida amante sonhadora.


A cerimônia foi um verdadeiro sucesso, mas um terror interno para Di. Acontece que Charles, em um encontro com ela, havia apertado em sua cintura e afirmado que lá haviam "umas gordurinhas". Esse pode ter sido um comentário não malicioso para ele, porém a feriu profundamente. Com isso, ela desenvolveu uma bulimia nos meses pré-casamento e a costureira teve que refazer a cintura do vestido de noiva dela várias vezes, pois Diana estava emagrecendo demais e muito rápido. Paralelo a isso, os paparazzi começavam a cercá-la cada vez mais, o que a deixava claramente desconfortável, como podemos perceber em vídeos da época.


Outrossim, o evento foi grandioso. O casamento foi assistido por 750 milhões de pessoas e o vestido de Diana entrou para a história. Ele continha dez mil pérolas, uma cauda de oito metros e foi feito com seis tecidos diferentes.







Depois do casamento, veio a lua de mel, e como você, querido leitor, já deve estar prevendo, esse não foi um período nada divertido para Diana. Em entrevistas e fotos, o casal parecia realmente apaixonado. Entretanto, ela sentia muita tensão e não aguentava os primeiros dias de casada. Charles usou as abotoadeiras que Camilla tinha dado a ele durante toda a viagem e Di viu uma foto dela na bagagem dele, o que claramente foi aborrecedor. Não demorou muito para que ela descobrisse que Camilla realmente era amante de Charles.




Ao passo que isso ocorria, Diana começou a ter uma relação peculiar com seus fãs. Enquanto outros membros da família real os cumprimentavam de longe, ela ia até eles, dava abraços, beijos, segurava crianças... Tudo que demonstrava que o coração dela era puro e bom. Desde então, ela passou a ser ainda mais adorada pela sociedade e a mídia a perseguia ferozmente. Não há advérbio de modo mais adequado do que esse quanto a tal situação, leitor, pois o que foi feito a seguir é simplesmente desumano.


Diana, grávida, viaja com Charles para as Bahamas por uns dias para descansar e evitar os fotógrafos. No entanto, isso não os impede. Eles invadem completamente o espaço de Di e tiram fotos dela, uma jovem de quase 21 anos, grávida e envergonhada. Foi simplesmente uma enorme falta de respeito, que passou de todos os limites possíveis. Tenho pena de Diana vendo fotos tão íntimas suas em tabloides imundos e, ao mesmo tempo, tenho nojo dos editores que tiravam proveito de uma situação tão delicada. Mas enfim, voltemos à história.




O primeiro filho de Diana, William, foi o primeiro bebê da família real a nascer em um hospital, uma escolha de sua mãe. Di decidiu cuidar dele sozinha, mesmo que sob os holofotes... E a corte realmente quis que ela ficasse sob eles. Alguns meses após o nascimento de William, ele, Diana e Charles fizeram um tour internacional, algo inédito e totalmente inesperado para uma família tão pública, mas reservada. Diana era o centro das atenções nessas viagens, ninguém queria tirar foto com o futuro rei da Inglaterra, e sim com a esposa dele. Ela era extremamente expressiva, o que só deixava mais transparente a bondade única em seu coração.





Pouco tempo depois, Harry, o segundo filho dela, nasceu. À medida que a vinda de William aproximou o casal, a de Harry deixou a tensão entre os dois mais notória. Ao invés de noticiar o nome do novo bebê ou o estado de saúde dele, tudo que se via em reportagens eram ênfases no fato de que Charles não acompanhou Diana no hospital durante a gestação, pois preferiu jogar polo com os amigos. Eu preciso dizer ao senhor leitor o quanto isso é insensível e vergonhoso?


Com isso, as suspeitas de traição por parte de Charles só aumentavam e a solidão e a tristeza de Diana ficavam cada vez mais evidentes. Chris Connelly, jornalista da ABC, afirmou em um documentário que "parte da história de Diana é a de uma pessoa real com emoções e sentimentos reais, os quais costumavam ser inconvenientes e desafiadores". No entanto, o problema não era Diana ser real (afinal, não era por isso que ela tinha ganhado sua fama e recuperado a boa reputação da família real?), mas sim ser real com alguém que evita ao máximo ser real ou sincero, como Charles. Ademais, a bulimia de Di voltou com força nesse período.





Depois de se recuperar mentalmente, ela passou a fazer mais serviços de caridade. A ação mais marcante dela foi, sem dúvida, seu enorme suporte e sucessivas visitas a hospitais que tratavam de pacientes com AIDS, o que era um grande tabu na época. Muitos tinham medo da doença e afirmavam que era ela contagiosa e uma "praga gay", mas Diana não deixou de apoiar seus amigos da comunidade LGBT e de outras comunidades carentes. Repórteres da época afirmam que isso teria ocorrido por ela sentir que não se encaixava onde a colocaram, assim como deficientes físicos, psicológicos e imunológicos se sentem quanto à sociedade. Também acho que isso é verdade, mas também penso que ela fazia isso como uma forma de se redimir, de encher sua consciência com boas memórias e se esquecer das ruins.





Mesmo com todo esse trabalho voluntário, Di nunca deixou de ser uma mãe presente. Ela protegia William e Harry ao máximo dos paparazzi e passava todo o tempo possível com eles, fosse brincando ou estudando. Os amigos dela afirmam com muita certeza de que criar os dois meninos foi a maior alegria da vida de Diana, que notoriamente os amava bastante... E o que acontece agora? Não se preocupe, leitor. Você achou que eu deixaria o jantar em que Di confronta Camilla de fora desse artigo? Bom, na verdade eu vou deixar sim. Fique com a imagem de Di conformada por enquanto, pois tal imagem vai mudar com a segunda parte desse artigo.





Dedicado à Mirela Cristina Gomes.


Fonte: Documentário "The Story of Diana"


-Por Ana Ferreira da Motta Costa



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